sexta-feira, maio 21, 2010

O isolamento dos Estados Unidos

Texto postado por Juremir Machado no jornal Correio do Povo, 21 de maio de 2010.

"Quem tem pressa come cru.
É melhor do que não comer. Mas tem preço.
Quando Luiz Inácio disse que a crise financeira de 2008 chegaria ao Brasil como uma marolinha, foi ridicularizado.
Estava certo.
Agora, depois de mediação do rolo dos iranianos com os Estados Unidos, foi motivo de chacota ao dizer que os americanos ficariam isolados.
Não estava totalmente errado.
O jornal “Herald Tribune” estampou a seguinte manchete: “Ao ignorar o acordo com o Irã, Obama se afunda em mais um fracasso”.
Roger Cohen, autor do texto do HT, bateu forte: “Os americanos veem os iranianos como ‘evasivos, falsos, fanáticos, violentos e incompreensíveis’. Os iranianos, por sua vez, veem os americanos como ‘beligerantes, hipócritas, ateus, imorais, materialistas, calculistas’, sem mencionar provocadores e exploradores”.
Na mosca.
O Brasil e a Turquia fizeram o que era necessário. Os Estados Unidos e seus principais aliados, mortos de inveja e feridos nos seus interesses, esnobaram o acordo. O Herald Tribune dá no fígado dos que torceram o nariz para a ação conjunta de Brasil e Turquia: “Como se fosse necessária mais uma ilustração da relação de desconfiança, esta acaba de ser fornecida pelo acordo do Brasil e Turquia sobre o urânio pouco enriquecido do Irã, a reação rabugenta dos EUA e a aparente determinação dos Grandes Poderes, liderados pelo governo Obama, de se afundar mais no fracasso”.
O articulista puxa as orelhas da arrogante Hillary Clinton por querer liquidar com muitas rapidez os “esforços sinceros” de Brasília e Ancara em resolver problemas de grande interesse mundial.
A sentença do jornal americano é esta: fatos são fatos.
Brasil e Turquia consolidaram o acordo proposto pelos Estados Unidos em outubro de 2009. Qual foi a recompensa americana: desdenhar o pacto e defender novo sanções contra o Irã. Conclusão do HT: “No ano passado, na ONU, Obama pediu uma nova era de responsabilidade compartilhada. ‘Juntos, precisamos construir novas coalizões que superem nossas divisões’, declarou. Turquia e Brasil responderam – e foram esnobados. Obama fez suas próprias palavras iluminadas parecerem vazias”. Deu? Ou querem mais? Os franceses acharam a intervenção brasileira no caso do urânio iraniano ingênua, mas, segundo o jornal “Le Monde”, foram cautelosos nas críticas por uma razão bem simples: não atrapalhar a venda dos caças Rafale ao Brasil. Cinismo e grana.
Nada como ler direto na fonte, o jornal “Le Monde”: “Na sequência diplomática, rápida e cheia de reviravoltas, que acaba de acontecer em torno da questão nuclear iraniana, a França se esforçou para poupar o Brasil de uma forma surpreendente, a fim de preservar os interesses comerciais e a ‘parceria estratégica’ com o gigante da América Latina. questão da venda do caça Rafale para o Brasil parece ter contado bastante nessa abordagem”. São esses países e lideres que pretendem dar lições ao mundo? Luiz Inácio está deitando e rolando. Os Estados Unidos só não estão isolados por terem como comprar uma considerável gama de potências aliadas.
Um terceiro jornal, o espanhol "El Pais", encheu a bola de Luiz Inácio: "Essa atitude corresponde a uma política internacional de cunho realista, que é conduzida sobretudo pelos interesses do Brasil como potência americana com vocação global. É uma aposta que compete diretamente com os europeus, cuja nutrida presença nas instituições internacionais, além de acentuar sua cacofonia e sua capacidade divisora, não faz mais que salientar a antiguidade de uma arquitetura internacional que se mantém quase intacta desde que terminou a última guerra mundial, há 65 anos.
Lula sempre desenvolveu uma grande atividade internacional. Mas este ano de 2010, o último de sua presidência, registrou um salto qualitativo, marcado por dois deslocamentos ao exterior que indicam como sondas a profundidade da vocação do Brasil. O primeiro o levou em março passado ao Oriente Médio, região geográfica que jamais havia ocupado um presidente brasileiro. O segundo o levou agora a Teerã e lhe proporcionou o raro privilégio de se encontrar com o guia supremo da revolução, o aiatolá Ali Khamenei, algo que só está ao alcance de uma lista muito restrita de mandatários estrangeiros. Com sua imagem de bonomia proletária e seu enorme prestígio, Lula está atuando como um foguete propulsor do Brasil na nova etapa geopolítica multipolar. Está bem claro que como parte de seu legado político quer deixar o Brasil situado o mais alto possível no cenário internacional, e especialmente bem colocado em suas apostas institucionais".
Chora, direita.
O iletrado está escrevendo história."

domingo, maio 09, 2010

Brizola Neto e Veja

Antropólogos contra mentiras da Veja
sexta-feira, 7 maio, 2010 às 18:21

Gomes e Viveiros de Castro acusam Veja de inventar declarações
Uma vez um amigo meu jornalista me disse que na Veja as matérias e o que elas devem dizer são pensadas na redação e que os repórteres têm que ir à rua para corroborá-las, mesmo que os fatos as contradigam. Achei que isso seria demais, quase uma versão jornalística do arroubo de Jarbas Passarinho ao aprovar o AI-5, quando disse “às favas os escrúpulos”. Na Veja, vigoraria algo como “às favas os fatos”.
Depois, à medida que fui vendo como a revista criminalizava o movimento social e atacava indistintamente as forças mais progressistas da sociedade brasileira, percebi que o que tinha ouvido não estava muito longe da verdade. Esse fato me veio à mente agora quando tomo conhecimento de que dois conceituados antropólogos brasileiros estão acusando a Veja de inventar declarações deles para embasar a matéria “A farra da antropologia oportunista”, publicada na edição desta semana e na qual ataca a demarcação de terras indígenas e de quilombolas.
O ex-presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, professor da Universidade Federal Fluminense, que trabalhou com Darcy Ribeiro, escreveu em seu blog que “mais uma vez a Veja traz em suas páginas matéria cheia de injúrias aos povos indígenas brasileiros”. A revista utilizou o que seria uma declaração de Mércio feita há quatro anos, o que foi repudiado pelo antropólogo.
“Denego-lhe o falso direito jornalístico de atribuir a mim uma frase impronunciada e um sentido desvirtuante daquilo que penso sobre a questão indígena brasileira”, disse Mércio sobre o jornalismo da Veja. O antropólogo afirmou que foi procurado pela revista, passou seus telefones, mas não foi ouvido.
A mesma matéria já tinha sido contestada por outro antropólogo, Eduardo Viveiros de Castro, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que acusou a revista de atribuir “mentirosamente” a ele uma frase publicada. “Gostaria de saber quando e a quem eu disse isso, uma vez que nunca tive qualquer espécie de contato com os responsáveis pela matéria; não pronunciei em qualquer ocasião, ou publiquei em qualquer veículo, reflexão tão grotesca, no conteúdo como na forma”, escreveu, em carta enviada à revista.
A Veja respondeu dizendo que fez contato com a assessoria de imprensa do Museu Nacional, que lhe teria recomendado ler um artigo do antropólogo, e que a frase publicada “espelha opinião escrita mais de uma vez em seu texto”.
Assim como Mércio, Viveiros de Castro confirma que foi procurado pela Veja, através da assessoria de imprensa do Museu Nacional, mas que evitou ser fonte da matéria. “Respondi que não pretendia sofrer qualquer espécie de contato com esses profissionais, visto que tenho a revista em baixíssima estima e péssima consideração.”
O episódio deixa em alerta as pessoas procuradas pela Veja. Assim como nos filmes policiais americanos, tudo o que elas disserem poderá depor contra elas.
Brizola Neto

sábado, maio 08, 2010

Dia das mães, um dia da minha mãe.

Minha mãe morreu com 50 anos, com uma vida marcada por doenças, falta de dinheiro, trabalho. De uma família pobre do interior fora criada por sua madrinha, uma mulher que adorava. Era costume aqui, no interior gaúcho que os padrinhos, quando tinham boas condições financeiras criassem seus afilhados menos afortunados. Sua madrinha era uma italiana e lhe ensinou a alegria de viver. Minha mãe era uma mulher negra, que mal sabia ler. Meu pai , um homem branco foi quem lhe ensinou um pouco do que sabia e depois ela se instruiu com outros professores. Seu maior sonho era ser professora. Era muito bonita, tinha charme. Meu pai se apaixonou a sim que a viu. A quarenta anos atrás não era comum negros e brancos se casarem porém com eles o caso foi diferente, se casaram e esta união durou até a morte da minha mãe. A minha vida era atormentada pelas constantes brigas entre os dois. Engraçado, agora depois que ambos se foram parece que tudo que acontecia não era de verdade. Eu aprendi a ler e escrever com quatro anos de idade e somente hoje estou escrevendo sobre minha mãe. Ela era honesta, trabalhadora, infantil, guerreira, delicada, feminina, bruxa, intuitiva, com uma energia de dar inveja mesmo com as doenças. Poderia ter sido feliz se fosse mais flexível. Como a maioria das pessoas, nós duas tínhamos muitos problemas. Eu me irritava com ela e ela comigo. Hoje vejo que na verdade éramos muito parecidas. Ela me ensinou a ser forte, a ter coragem, a não desistir dos meus sonhos a sempre acreditar na instrução. Ela me ensinou a ter valores e cultivar estes valores. Passei isso pra minha filha como um legado precioso. As vezes eu olho pra mim e vejo a minha mãe. Sinto falta dela. Sinto falta dela exigindo que eu me levantasse quando estava prestes a cair. Sinto falta da sua energia mesmo na doença. Sinto falta das oportunidades que perdi, das coisas que não disse e de sentimentos que não soube expressar. Agora, como mãe eu vejo os motivos das suas preocupações e a compreendo. Entendo todas as mães. Uma mãe não dura para sempre, elas se vão e nos deixam, não sós, mas com os ensinamentos que nos transmitiram uma vida inteira. As vezes leva tempo para que percebamos isso mas essa é a verdadeira herança da humanidade. O amor incondicional das mães resiste ao tempo, as desavenças, a morte. Mesmo depois de tudo sempre haverá aquele afeto que nos aquece nos Invernos da vida. Dia das mães, dia da minha mãe.

Mulheres que amam demais.

terça-feira, maio 04, 2010

ABSURDO - ABSURDO - Justiça condena Cpers a pagar indenização a netos de Yeda

A que ponto chegamos, não existe mais imparcialidade na justiça gaúcha - Um sindicato fazendo manifestação de forma legitima em frente a casa da governadora Yeda aqui no RS (casa que é uma extenção do espaço público) visto que ela mobiliou, decorou, comprou móveis para os netos, com o dinheiro público em nome do Governo do RS. No dia em que isso aconteceu, a senhora governadora ficou revoltada com a forma que seus netos, saindo para a escola( Escola Particular Leonardo Da Vinci) que não é uma escola pública e sucateada como são as escolas sob o governo dessa senhora, disse que o sindicato dos professores eram torturadores de crianças. Se não bastasse, a miséria que os professores ganham, hoje saiu a decisão da justiça gaúcha quanto as queixas desse senhora  - JUSTIÇA CONDENA CPERGS A PAGAR INDENIZAÇÃO AOS NETOS DE YEDA.
Aqui no RS, este governo, além de ser o pior dos últimos tempos é totalmente obscuro. As acusações do Ministério público  que mantém um processo contra a governadora, os desvios de verbas públicas, acusações de membros diretos do governo envolvidos em falcatruas, por exemplo - umas das auxiliares é amiga pessoal da governadora que havia ido para Brasília tentar acalmar os boatos e hoje Walna Menezes esta de volta lépida e faceira..
Eu escrevo essa linha muito indignada com a justiça gaúcha. Recentemente a Governadora esta arrumando a vida tendo o governo do estado nas mãos, terá dinheiro através de uma aposentadoria vitalícia para o resto da vida, sendo que se ela vier a falecer, a aposentadoria passa a sua família, decorou sua casa, viaja bastante, colocou a sua filha como Secretaria de governo e de quebra consegue indenização para os netos. Essas crianças foram afetadas, ficaram traumatizadas? E as milhares de outras crianças que não tem o pão de cada dia, que seus pais são desempregados, que suas escolas são sucateadas, que seus professores são mal pagos. Estas crianças também deveriam receber indenização - POVO DO RIO GRANDE DO SUL, VAMOS NOS UNIR E PROCESSAR OS GOVERNOS POR TODAS AS MAZELAS QUE PASSAMOS, O EXEMPLO ACABOU DE SER DADO PELA SENHORA YEDA, GOVERNADORA DO RS e ai vamos ver o que fará a imparcial justiça gaúcha. 

 

Quem é Eduardo Galeano?

"Biografia
Galeano nasceu em 3 de setembro de 1940 em Montevidéu em uma família católica de classe média de ascendência europeia. Na infância, Galeano tinha o sonho de se tornar um jogador de futebol; esse desejo é retratado em algumas de suas obras, como O futebol de sol a sombra (1995). Na adolescência, Galeano trabalhou em empregos nada usuais, como pintor de letreiros, mensageiro, datilógrafo e caixa de banco. Aos 14, vendeu sua primeira charge política para o jornal El Sol, do Partido Socialista.
Galeano iniciou sua carreira jornalística no início da década de 1960 como editor do Marcha, influente jornal semanal que tinha como contribuidores Mario Vargas Llosa e Mario Benedetti. Foi também editor do diário Época e editor-chefe do jornal universitário por dois anos. Em 1971 escreveu sua obra-prima As Veias Abertas da América Latina.
Em 1973, com o golpe militar do Uruguai, Galeano é preso e mais tarde forçado a se exilar na Argentina, onde lançou Crisis, uma revista sobre cultura. Em 1976, com o sangrento golpe militar liderado pelo general Jorge Videla, tem seu nome colocado na lista dos esquadrões de morte e, temendo por sua vida, exila-se na Espanha, onde deu início à trilogia Memória do Fogo. Em 1985, com a redemocratização de seu país, Galeano retornou a Montevidéu, onde vive ate hoje.
Em princípios de 2007 Galeano caiu seriamente doente, mas recuperou-se, após uma bem-sucedida cirurgia em Montevidéu.

Obras

A obra mais conhecida de Galeano é, sem dúvida, As Veias Abertas da América Latina. Nela, analisa a História da América Latina como um todo desde o período colonial até a contemporaneidade, argumentando contra o que considera como exploração econômica e política do povo latino-americano primeiro pela Europa e depois pelos Estados Unidos da América. O livro tornou-se um clássico entre os membros da esquerda latino-americana.
Memória do Fogo é uma trilogia da História das Américas. Os personagens são figuras históricas: generais, artistas, revolucionários, operários, conquistadores e conquistados, que são retratados em pequenos episódios que refletem o período colonial do continente. Começa com os mitos dos povos pré-colombianosdécada de 1980. Na obra, Galeano destaca não apenas a opressão colonial, mas também atos individuais e coletivos de resistência. A obra foi aclamada pela crítica literária e Galeano foi comparado a John Dos Passos e Gabriel García Márquez. Ronald Wright, do suplemento literário do The Times, escreveu que "os grandes escritores dissolveram gêneros antigos e encontraram novos. Esta trilogia de um dos mais ousados e talentosos da América Latina é impossível de classificar". e termina no início da
O Livro dos Abraços é uma coleção de histórias curtas e muitas vezes líricas, apresentando as visões de Galeano em relação a temas diversos como emoções, arte, política e valores. A obra também oferece uma crítica mordaz à sociedade capitalista moderna, com o autor defendendo aquilo que acredita ser uma mentalidade ideal à sociedade. Para Jay Parini, do suplemento literário do The New York Times, é talvez a obra mais ousada do autor.
Como ávido fã de futebol, Galeano escreveu O futebol ao sol e à sombra, que revisa a trajetória histórica do jogo. O autor o compara com uma performance teatral e com a guerra; critica sua aliança profana com corporações globais ao mesmo tempo em que ataca intelectuais de esquerda que rejeitam o jogo e seu apelo às massas por motivos ideológicos.
Em seu livro mais recente, Espelhos, o autor tem o intuito de recontar episódios que a história oficial camuflou. Galeano se define como um escritor que remexe no lixão da história mundial.[1]
Apesar da clara inspiração e relevância histórica de suas obras, Galeano nega o caráter meramente histórico destas, comentando que é "um autor obcecado com a lembrança, com a lembrança do passado da América e, sobretudo, da América Latina, uma terra intimamente condenada à amnésia".
Além de livros, Galeano também escreve artigos para publicações estadunidenses de esquerda como The Progressive, New Internationalist, Monthly Review e The Nation.

Visão política

Uma das citações mais memoráveis de Galeano é "as pessoas estavam na cadeia para que os preços pudessem ser livres", se referindo ao regime militar (1973-1985) de seu país.
Para celebrar a vitória de Tabaré Vázquez e da Frente Ampla nas eleições de 2004, - a primeira eleição de um governo de esquerda na história uruguaia -, Galeano escreveu um artigo intitulado "Onde as pessoas votaram contra o medo", no qual afirma que a população de seu país finalmente usou o "bom senso" para parar de ser "traída" pelos partidos Colorado e Nacional.
Em 2006, Galeano se juntou a outras artistas renomados como Gabriel García Márquez, Mario Benedetti, Ernesto Sábato, Thiago de Mello e Pablo Milanés na assinatura da Proclamação de Independência de Porto Rico do Congresso Latino Americano e Caribenho.
Em uma entrevista ao jornal Zero Hora, disse o seguinte sobre a vitória de Barack Obama nas eleições de 2008: "Agora, ele entra na Casa Branca, que será a sua casa. Tomara que não esqueça que a Casa Branca foi construída por escravos negros. Chegou a hora dos Estados Unidos se libertarem da sua pesada herança racista".[1]

Eduardo Galeano

Honras

Em 2005, Eduardo Galeano aceitou o convite para integrar o comitê consultivo da Telesur, uma emissora de televisão pan-latino-americana com sede em Caracas, na Venezuela. Em julho de 2008, Galeano foi agraciado com o primeiro título de Cidadão Ilustre do Mercosul.[2]

Livros

  • Los días siguientes (1963)
  • China (1964)
  • Guatemala (1967)
  • Reportagens (1967)
  • Los fantasmas del día del léon y otros relatos (1967)
  • Su majestad el fútbol (1968)
  • As veias abertas da América Latina (1971)(P)
  • Siete imágenes de Bolivia (1971)
  • Violencía y enajenación (1971)
  • Crónicas latinoamericanas (1972)
  • Vagamundo (1973)(P)
  • La cancion de nosotros (1975)
  • Conversaciones con Raimón (1977)
  • Días y noches de amor y de guerra (1978)(P)
  • La piedra arde (1980)
  • Voces de nuestro tiempo (1981)
  • Memória do fogo - trilogia - (1982-1986)(P)
  • Aventuras de los jóvenes dioses (1984)
  • Ventana sobre Sandino (1985)
  • Contraseña (1985)
  • El descubrimiento de América que todavía no fue y otros escritos (1986)
  • El tigre azul y otros artículos (1988)
  • Entrevistas y artículos (1962-1987) (1988)
  • O Livro dos Abraços (1989)(P)
  • Nós Dizemos Não (1989)
  • América Latina para entenderte mejor (1990)
  • Palabras: antología personal (1990)
  • An Uncertain Grace com Fred Ritchin, fotos de Sebastião Salgado (1990)
  • Ser como ellos y otros artículos (1992)
  • Amares (1993)
  • Las palabas andantes (1993)(P)
  • úselo y tírelo (1994)
  • O futebol ao sol e à sombra (1995)(P)
  • Mulheres (1997) (P)
  • Patas arriba: la escuela del mundo al revés (1998)(P)
  • Bocas del Tiempo (2004)(P)
  • O Teatro do Bem e do Mal (2002)(P)
  • Espelhos - uma quase história universal (2008)(P)
(P) Também editados em portugues."
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Galeano

EDUARDO GALEANO

domingo, maio 02, 2010

Beleza é fundamental.

Há dois anos eu vi uma cena que nunca me saiu da cabeça. Dois jovens caminhando pela av.Azenha, aqui em Porto Alegre. Ele, alto, atlético, negro, muito bonito. Mais parecia uma Deus Negro. Ela, baixa, gordinha, loira, eles estavam de mãos dadas. Em um determinado instante ela comentou algo com o jovem e este sorrindo respondeu a moça. Foi exatamente aí, no instante do sorriso a namorada é que eu jamais esqueci. Quando esse rapaz a olhou, em seus olhos poderíamos ler - "estou olhando para a mulher mais linda do mundo". Uma moça que no meu entendimento jamais seria capa de revista ou atriz famosa por seus dotes físicos. Penso sempre neste instante, algumas vezes me emociono, em outras sinto inveja.  O bom desse episódio é que me fez pensar, pensar em quanto a estética pode atrapalhar a vida de milhares de mulheres e homens. A imagem deturpada do espelho. Diariamente convivemos com a imagem projetada pala mídia, onde seremos amados se formos lindos, jovens, saudáveis, bem sucedidos. A indústria cultural bombardeia em todas as áreas do poder do ter. A insatisfação de não alcançarmos os padrões de beleza e comportamento gera um estresse muito grande, principalmente na juventude. Isso leva a depressão, as drogas e o pior de tudo, a baixa auto-estima. Mulheres morrendo em mesas de lipoaspiração, corpos deformados com implantes. Saúde debilitada. Felizmente todo esse processo em busca da perfeição para sermos amados esta em fase de questionamento. Por exemplo, as capas de revistas - mulheres e homens lindos cujo acabamento é o photoshop. Pode parecer divertido mas a própria industria do consumo esta cansada de mentiras. Hoje eu li que muitas modelos estão se negando a aparecer em fotos onde haja .retoques por computador. As pessoas que se submetem a tantos transtornos visando a beleza ideal como forma de serem aceitas em uma sociedade decadente, são sem sombra de dúvida os seres mais sofredores do planeta. É maravilhoso quando nos sentimos bonitas, jovens, vibrantes. Digo jovem não me referindo a idade cronológica mas sim ao nosso bem estar interior. As pessoas mascaram suas necessidades. A necessidade de todo ser humano é o afeto, carinho, amor. O resto que vier é  a Consequência  da nossa visão interior. Essa beleza que vem de dentro é fundamental para uma vida plena, sem ela, não somos nada.