terça-feira, outubro 28, 2008

Mudanças


O ano de 2008 esta chegando ao final. Foi um ano muito difícil para muitas pessoas. Bem, todos os anos apresentam um grau de desafios para todos os indivíduos, mas particularmente este eu vi morte de pessoas próximas, tristeza e muita dor. A razão não é certamente o ano em si, mas a forma como as pessoas conduziam suas vidas. Hoje eu pensava no arcano XV do tarô, a torre. Essa carta representa destruição. Nós, humanos estamos em processo de destruição. Destruímos o meio ambiente, destruímos relações pessoais, destruímos a possibilidade de uma vida melhor. Para alguns, nós estamos destruindo dia-a-dia todas as soluções possíveis de melhorar a qualidade de vida. No entanto, eu penso que nunca estivemos tão próximos de melhorarmos interna e externamente como agora. Tivemos guerras dolorosas, longas, colapsos financeiros que envolveram todos os povos. Nossos valores e padrões pré-concebidos estão caindo por terra tal como a Torre do tarô. Os valores disseminados por uma sociedade capitalista não servem mais. Os Estados Unidos gastaram milhões de dólares na manutenção de uma guerra estúpida, assassinaram milhões de pessoas na busca pelo petróleo, pelo poder. Como grande resultado, através de suas ações afetaram todo planeta. Em casos pessoais, alguns indivíduos insistiram em manter por anos uma postura de soberba e orgulho, enraizaram mágoas, ressentimentos. Ficaram presos a conflitos que cedo ou tarde se tornariam eminentes. A torre ruiu porque o planeta, o indivíduo, chegou ao seu limite. Mudanças são necessárias para que o fluxo da natureza se harmonize. Concessões serão prioritárias. Para os próximos anos a humanidade caminha buscando novos paradigmas. Ser e Ter. Eu faço parte desse contexto, a torre também caiu aos meus pés e como todos os demais também terei que reconstruir. A construção principal não será por uma nova torre de pedra, valores, dinheiro, poder, mas sim por uma reconstrução honesta, de análise, conhecimento. Seria muito bom se pensássemos na frase de Carl Marx – “Tudo que é sólido desmancha no ar”.

sexta-feira, outubro 24, 2008

Seja Paciente

Seja paciente com tudo o que ainda não esteja resolvido no
seu coração, e tente amar os próprios problemas como se
fossem salas fechadas, livros escritos numa linguagem muito desconhecida.
Não procure por resposta que ainda não poderiam
lhe ser dadas, porque você não seria capaz de vivê-las.
Procure, sim, viver tudo.
Viva os problemas agora e talvez então,
gradualmente, sem perceber, algum dia você seja levado em
direção às respostas.
( desconheço a autoria)

segunda-feira, outubro 20, 2008

Falando um Pouco de Política - Porto Alegre, Eleições 2008, Reta Final


Há muitos anos em minha adolescência, fui aluna do curso pré-vestibular Universitário. Foi ali que conheci José Fogaça, que dava aulas de literatura. Na época ele havia sido colocado na Assembléia Legislativa por uma imensa votação de estudantes, principalmente secundaristas. Ainda estávamos no Regime Militar. José Fogaça era considerado um pensador. Já Maria do Rosário soube da sua fama através de uma líder comunitária de uma vila aqui na capital, muito tempo depois. Maria do Rosário teve uma votação maravilhosa na sua primeira candidatura à Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Ao perguntar para essa líder porque Maria do Rosário teve uma votação tão expressiva, ela me respondeu – Maria esta sempre trabalhando junto conosco. Sempre na luta. Por isso o povo vota nela. Bem, no decorrer dos anos tenho acompanhado a trajetória desses dois candidatos a Prefeitura de Porto Alegre. Fogaça, relator de importantes projetos no Senado e Maria do Rosário, bem mais jovem, assumindo cada vez mais seu espaço.
Também quando cursava a faculdade de jornalismo da PUCRS, tive o privilégio de trabalhar como estagiária na primeira administração do PT com o então prefeito Olívio Dutra. Olívio é um homem dinâmico, olha nos olhos das pessoas que esta falando, é gentil, articulado, um político íntegro e se falo nele nesse momento é porque Maria do Rosário me lembra muito a postura de Olívio Dutra. A gestão desse prefeito foi repleta de mudanças significativas em nossa cidade. Maria também é dinâmica, articulada, trabalhadora, olha as pessoas nos olhos é honesta. Há três anos atrás, eu a encontrei na Redenção e lhe perguntei como estava à situação no partido frente a tantas denuncias e CPIs. Ela me respondeu que havia sido um ano muito difícil. Era difícil, mas necessário defender o governo federal. Bem, hoje vendo que o país evoluiu a cada dia percebo que ela estava muito certa.
Meu voto vai para Maria do Rosário, não que José Fogaça seja um mau político. Ele é bom. Porém Maria do Rosário tem o pique que essa cidade necessita. Se ela for eleita serão quatro anos de muito trabalho, de inúmeras reuniões e certamente muitas mudanças e realizações em Porto Alegre. As mulheres têm muita força, particularmente a trajetória política de Maria do Rosário prova isso.
O que queremos em nossa cidade? Essa é a grande pergunta que fica no ar. Quanto a mim eu respondo – quero que Porto Alegre figure no mapa Mundial. Quero mais escolas, quero mais obras, quero qualidade de vida. Com Maria do Rosário, tenho a certeza que meus desejos já estão se realizando.

domingo, outubro 19, 2008

Um Momento De Satisfação Pessoal



Na minha infância ouvia muitas histórias de Bagdá. Histórias das Mil noites, de Aladim. Em meus caminhos fiz contato com um poeta iraquiano radicado em Madri. Muhsin Al-Ramli, autor de vários livros e poemas publicados pelo mundo afora. Esse poeta leu alguns dos meus poemas, (um gênero literário) que pouco me dedico, e ele gostou. Reescrevi esses poemas para o espanhol e Muhsin os traduziu para o árabe. Minha grande surpresa e também satisfação foi quando esse autor me escreveu dizendo que minhas poesias tinham sido muito bem aceitas pela comunidade árabe. Para quem não sabe, poesias são muito admiradas e muito importantes para os árabes. Gostaria de dividir com todas as pessoas que visitam meu blog, esse pequeno momento de vaidade e sensação de ter cumprido uma pequena etapa do meu trabalho. Tenho essas poesias publicadas em espanhol em meu outro site – http://fpacheco5.blogspot.com e os sites em árabe são esses - http://www.mojz.com/inff - http://www.mojz.com/inff/news.php?action=show&id=372
http://www.adabfan.com/poetry/2228.html

sábado, outubro 04, 2008

Poesia Árabe

Autor – Muhsin Al- Ramli

Tradução – Fátima Pacheco

Não Libertem o Iraque de mim

Esta tinta derramado em sua imprensa

É o sangue do meu país.

Esta inundação de luz nas telas

É o brilho nos olhos das crianças de Basorá.

Esse que esta soluçando nas trevas do seu exílio

Sou eu;

Órfão depois de terem matado os meus pais: Tigre e Eufrates;

Viúvo depois de terem crucificado a companheira de minha alma: Iraque

Ah ... por ti, minha terra: crucificada entre as regiões.

Ai ... de vocês, senhores da guerra

Me escutem:

Não para a festa dos exércitos no telhado da minha casa.

Não ao carrasco que tenham plantado ou que irão plantar.

Não a sua liberdade de bombardear sobre as cabeças da minha gente

Não Libertem o Iraque de mim e nem eu dele.

Eu sou o Iraque.

Minha ervas são as letras e sei o que quero.

Deixe-me eu, a minha Rabeca e sua ausência.

Voltem para os seus filmes por trás do oceano.

Permitam-me que o que resta

dos minaretes, os mausoléus dos meus antepassados,

os túmulos da minha família ...

E bebam copos de petróleo até que vocês fiquem saciados.

Roubando o mel de enxofre e areia do deserto.

Leve seus clientes, com vocês.

Levem ao ditador com todas as partes de vocês que tenham comprado com o meu sangue.

Levem o que quiserem e marchem,

deixa-me só

abatido com os sonhos da minha irmã,

com a queima das palmeiras, nas margens da Mesopotâmia,

com os ossos do meu pai

Com o Chá e lanche.

Deixe-me só

com as canções tristes do Sul,

com a dança decepada do norte

e com o pavão real de Yasidíes.

Deixe-me só

Curando as feridas da minha terra Iraque

Apenas ...

Como Maria ...

Só com a minha solidão ...

Oh meu país: o crucificado entre as regiões.

Know how para animar a sua ressurreição.

Vocês saberão como se renasce de suas cinzas.

Vocês se esqueceram que ele é o criador da Phoenix?

Oh, inferno, para vocês chefes militares

Escutem-me:

Não assustem as nuvem em Bagdá com suas aeronaves.

Não semeiem soldados em nosso jardim.

Não tirem o cafetã de minha mãe.

Não. Não grite para libertar o Iraque de mim ou eu dele.

Eu sou o Iraque.

As aldeias têm florescido de meu abrigo, e sei o que quero.

Deixa-me eu, a minha família e o seu esquecimento.

Eu e os outros

Eu tenho um jasmim

E o macaco, uma camisa de seda

Tenho um copo de água para mim

E para a América, barris de petróleo

Eu tenho uma mãe

e um vizinho com jasmim na sua janela

E para você, bancos, torres e invejosos

Eu tenho asma e um cigarro

E vocês cobram impostos para o meu ar.

ESTÁTUAS

As estátuas estão no meio de fontes

E nós, no meio das cidades

no meio do mundo

Bem, se as estátuas são os nossos brinquedos

Brinquedos de quem somos nós?

E o que jogariam as estátuas

na nossa ausência?

E que fariam se nós andássemos

após desligar os jatos das fontes?

Após a chuva

Após a Chuva:

Sóis nas nuvens e córregos,

amêndoa doce e avelã,

dedos melados e pão quente.

Após a Chuva:

Minha mãe, meus irmãos

E a nossa casa de barro,

nossas pombas brancas.

Após a Chuva:

Arcos coloridos de paz,

sem braços, sem um presidente.

Após a chuva,

... depois da chuva.

Aniversário

O meu país é um bolo

E os mísseis são as velas

Os celebrantes são muitos

E o meu sangue é servido em copos

A casa é minha

E a minha família assassinada

Mas será que esta é a festa de aniversário de quem,

Caso você já tenha me matado

antes do meu nascimento?

A única mulher

Sou incapaz de confiscar seu relaxamento

Seus seios giram

para o outro lado.

Você é minha cúmplice em criticar este mundo e

você é feroz,

por isso eu tenho medo de te amar.

Não vou procurar o seu amor

apesar de que o meu amor te busca

e vou perguntar até o dia da minha morte:

Quem é você?

Estou com medo do seu amor,

Não vou procurar o seu amor

apesar de que o meu amor te busca,

mesmo que você seja aquela que eu amo.