quarta-feira, março 03, 2010

Polícia afirma que a morte de Eliseu Santos, secretário da saúde de Porto Alegre, foi latrocínio.



Leio agora em dois jornais de Porto Alegre a afirmação da policia civil de que o assassinato ocorrido na ultima sexta-feira, 26 de fevereiro por volta das 21hs do então secretario da saúde Eliseu Santos teve como motivação a tentativa de roubo do carro do secretario.

Eliseu estava com a filha e a Esposa quando foi surpreendido por três homens armados. Santos que andava armado, respondeu aos “assaltantes” e houve uma intensa troca de tiros. Eliseu havia disparado pelo menos nove tiros.

Eliseu Santos era uma figura publica polemica, alguns o viam como bandido e outros como mocinho. A rapidez das investigações também é algo que merece os parabéns a policia civil. Eu, particularmente ficaria muito feliz vendo todos os crimes que acontecem no nosso estado sendo tratados da mesma forma que foi investigado a Morte de Eliseu Santos.

Entretanto há alguns fatos que causam estranheza. Eliseu fazia parte da Assembléia de Deus cuja fé ardorosa, creio que todos conheçam. Também se dizia ameaçado de morte e varias pessoas pensaram numa execução e não assalto comum quando souberam de sua morte. A sua esposa disse em depoimento que o grupo de homens não anunciou assalto, mas mesmo assim, em um lugar publico o médico Eliseu Santos saca sua arma e inicia um tiroteio mesmo estando presente a mulher e a filha. A única resposta possível é que ele tinha realmente medo de morrer. Mesmo sendo um cristão, não acreditava realmente que Deus poderia lhe proteger.



Problemas - Corrupção, desvios de Verbas e Propina







Nos últimos anos, dois grandes problemas apareceram na sua Secretaria. Primeiro, foi feita a denúncia de desvio de verbas da saúde. Eliseu, no primeiro mandato de Fogaça, rompeu com a Fundação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Causou demissão de mais de 700 funcionários. Contratou, sem licitação, uma empresa de Sorocaba, SP, para cuidar da saúde da família em Porto Alegre. O Instituto Sollus, conforme denúncia do Ministério Público Federal teria desviado pelo menos nove milhões de reais entre 2007 e 2009. O caso, hoje, está sob investigação da Polícia Federal. No dia anterior ao seu assassinato, Eliseu Santos, havia feito seu primeiro depoimento no inquérito. Quatro dias após o assassinato em entrevista coletiva, o delegado Ranolfo Vieira Júnior esclareceu que Santos disse informalmente à Polícia Federal (PF), na véspera do crime, que cometeu um homicídio. Segundo a polícia, não há registro do crime.

Eu me pergunto, como se diz, informalmente a policia federal – Há, eu matei uma pessoa. E sai da sala sendo cumprimentado, desejando um bom fim de semana a todos.

Outro problema relatado em matéria na Revista Carta Capital, um segundo problema enfrentado por Eliseu, também na sua pasta e vinculado ao tema da corrupção, ocorreu mais recentemente. Em maio deste ano, empresários de uma firma de Segurança Patrimonial, chamada Reação, encarregada da segurança dos postos de saúde da capital, denunciou que o Coordenador da Assessoria Jurídica da Secretaria da Saúde havia cobrado propina, em nome de Eliseu, para fazer caixa de campanha. Eliseu desautorizou o assessor publicamente, abriu sindicância e rompeu contrato com a empresa. Pouco depois, Eliseu foi à imprensa dizer que havia sido ameaçado de morte por motoqueiros numa sinaleira.

Talvez, apesar da extrema rapidez da policia em dar uma solução ao assassinato, realmente tenha sido um assalto. Mas é de se pensar no medo de morrer que o homem tinha, um médico, pastor, inicia um tiroteio com uma filha pequena e mulher no carro. Sem falar que era um local publico, poderia ter atingido e ate mesmo matado qualquer pessoa. Nessa cumbuca tem muito angu. Acredito que essa historia vai virar lenda com o passar dos tempos... Mistérios da meia-noite ou O mistério da rua Hoffmann.

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