terça-feira, novembro 02, 2010

Que saudades da minha Porto Alegre

Neste domingo, dia das eleições, depois de votar fui com a minha filha visitar a Feira do livro. Em todo percurso comecei a observar o quanto Porto Alegre esta diferente dos anos 90. Vi ruas sujas, moradores de rua em todos lugares, terminal de ônibus, praças. Jardins públicos mal cuidados. Uma Porto Alegre cinza. Não quero  parecer saudosista mas eu tinha muito orgulho da minha cidade. Mas afnal, o que esta acontecendo. O número de moradores de rua aumentou? Porque? Falta verba para iluminação pública, para manutenção de praças e jardins? Pagamos impostos, onde este dinheiro esta sendo aplicado? As políticas públicas não deveriam se direcionar para o povo mais carente? Não sei o que vem ocorrendo. Passei em um dos condominios feitos pela prefeitura ali quase na esquina da princesa Isabel e antes bonito e bem cuidado agora estava envelhecido, desfigurado. Ai entra não apenas a questão da prefeitura mas a própria cultura de um povo. Os moradores também são responsáveis pelo bom funcionamento da sua cidade. Principios básicos. A pobreza não pode ser motivo para desleixo. Além disso chegando a Feira do Livro pude constatar o absurdo dos preços dos livros, 50, 40, 39. Os livros baratos eram os usados. Cheguei a ver livros que custavam mais de 70 reais. Que cultura é essa que não privilegia a leitura. Fala-se muito em pirataria. Mas isso acontece pelos absurdos preços cobrados. Vi muita gente na feira mas poucos com sacolas. Os livros que gostaria de comprar sairiam mais de 200 reais. Um valor alto pra mim que sou jornalista(ganho Pouco). A nossa sociedade somente vai evoluir quando se voltar á educação, cultura, valores. Enquanto isso, quem ganha casa da prefeitura não dá o devido valor. Quem paga imposto não vê a aplicação disso em politicas sociais e se depara com ruas e praças sujas. Como tenho saudades da minha antiga Porto Alegre, aquela em que o grande poeta Mario Quintana dizia.......
Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...

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